domingo, 14 de fevereiro de 2010

Merda carnavalesca

Quando caminho para o lado errado, sempre acabo me perdendo um pouco. No passado me perdi tantas vezes e não sabia me reerguer. Trevas, escuro e obessessões numa procura constante. A lição mais preciosa que recebi, foi que precisava mesmo atravessar o inferno para passar por ele. A outra coisa importante, já no meu inconsciente desde que nasci, mas somente colocada em prática depois de fortes tombos, é que preciso me amar para poder evoluir. Clichê não é? Todos dizem isso o tempo todo, mas quem sofre sabe que muitas vezes palavras são só palavras. Bolhas de sabão e se dissolvem no ar.
O fato é que precisamos dar tempo ao tempo. Nesse mundo estamos sendo testados, constantemente. Nossa paciência, nossos limites, nossas ações. Tudo reflete, a vida é espelho, e o que fazemos volta para nós. Evoluir não significa deixar de errar, feitos de carne e osso como somos, isso é impossível. Evoluir significa aceitar a dor que às vezes sentimos, deixá-la suar por um tempo como febre, e depois levantar com uma nova lição no bolso. As lições acumuladas geram sabedoria;
Destinguir o que nos fará bem do que nos fará mal. Muitas vezes é difícil, lógico. As coisas ruins podem ter um fator de atração inexplicável. A droga que dá euforia, o homem que vai não se importar, a raiva que só vai causar mal à quem sente, e assim vai. As possibilidades são infinitas.
O que nos faz saber o caminho que temos que seguir? Às vezes a resposta vem como um relâmpago, um estalo de dedos; é somente uma intuição. Não sabemos bem como decifrar, como receber, como incorporar, mas sabemos que sentimos algo diferente. Algo que não podemos exatamente agarrar.
Acredito que se parassemos mais vezes e olhássemos para dentro de nós mesmos, não cometeríamos tantas burradas desnecessárias.
Opa, desnecessárias? Não, retiro o que disse.
Todas as burradas acontecem quando devem acontecer, para nos ensinar alguma coisa. O importante é não cometer o mesmo erro. Se continuarmos fazendo o que sempre fizemos, obviamente teremos o mesmo resultado. Mudanças são necessárias para o nosso bem-estar, por mais dolorosas que sejam, e precisam acontecer dentro de nós mesmos, não nas coisas fora dos nossos corpos.
Caminhos se separam muitas vezes durante a vida, caminhos se separam e eventualmente se encontram.
Aprendi a aceitar as coisas como elas são. Não, isso não significa que paro de correr atrás do que sinto que preciso, e sim que agora sei, que nem tudo acontece na hora que quero. Aprendi que dominar o mundo - o meu mundo - não significa interferir em seu curso, e sim deixá-lo fluir. Se eu não tento mudar as coisas que são como são, aceito-as e me alivio. Se algo realmente estiver no meu caminho, chegará à mim, quando estiver preparado. Depois que evoluir em seu próprio tempo e esbarrar comigo na estrada.
A procura não acaba nunca, há sempre maneiras de evoluir. Basta tomar uma decisão e se agarrar a ela. Decisões são difíceis e às vezes demoram para virar pedra. Mas o caminho mais fácil nunca foi o melhor.
Estar preparado sempre para os dois lados da moeda, deixar de querer encontrar eternidade nas pessoas e na matéria. Aceitar que a vida é êfemera; tudo muda, tudo passa, tudo sempre passará. Não resistir, deixar o tempo ser o tempo, levando as coisas para frente, da maneira que quiser. Na busca da sabedoria estamos sempre adquirindo coisas e no caminho aprendemos que adquirir também é deixar para trás. Todas as mudanças tem sua melancolia, pois tudo que deixamos paratrás é parte de nós mesmos. Precisamos morrer em uma vida, antes de renascer em outra.
Se permitam, recomecem, sempre que precisarem. A próxima página não está escrita ainda.
Sintam-se livres para viver e saibam que para aproveitar a liberdade, precisam aprender primeiro, como se controlar.
Não há nada mais prazeroso do que saber que podemos sempre nos surpreender.

Nenhum comentário:

Postar um comentário