sábado, 24 de abril de 2010

Sabe quando você está tão feliz que inconscientemente estraga tudo para ficar triste? Só para arranjar problemas? Para ter algo na mente?
Ou quando você está tão triste que enche o saco e fala "vou ser feliz" e liga o foda-se? Pin, pin, pin.
Pois é. Parece que cansei da tranqüilidade, do estado desencanado, de estar dançando de acordo com a música.
Novamente eu quero que a música me carregue. Quero que a música coloque uma coleira no meu pescoço e me arraste. Quero sentir os ossos latejarem, quero explodir de tanto chorar, gritar de felicidade até a garganta inflamar e sangrar.
Quero sentir. Queimar. Arder.
Viver na beira do penhasco, com sentimentos tão agúdos que uma lágrima pode ser o suficente para me derrubar.
Cansei.

domingo, 18 de abril de 2010

Sou transitória, não sou confiável. Gosto de uma idéia, depois não gosto mais. Não posso esperar, precisa ser agora. Se eu pensar demais, vou desistir. Preciso que a passagem seja de última hora. Detesto o preço, mas que se foda. Estou sentada, preciso levantar. Estou de pé, preciso sentar. Coca-cola, vodca, vodca, vodca, vodca. Só o álcool permanece o mesmo. Não te abandono, copo. Te alimento, encosto. Mesmo que guarde meus segredos, me deixe vulnerável e me faça sentir coisas que não tem o menor cabimento. Sou ímpar, azar. Não quero que dependam de mim, não quero que me esperem ou que digam que está na hora. Só é hora quando eu falar que é. Me perco, mas continuo. Os joelhos com sangue, a boca seca. Só faço o que eu quero, não obedeço ninguém. Sem limites, vivo um dia de cada vez. Dou risada de mim mesma, zombo da minha contradição. Sou ridícula, tão encantadora. Não quero dar conselhos, apenas oferecer reflexões. Não sou exemplo, sou anormal. Só tenho conseguido dormir depois que amanhece.
O mundo inteiro acordar e a gente dormir.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Respiro sensações fortes e minha pele pode dar choque. A área sensorial do meu cérebro é ativada e sinto-as, percebo-as. Sou todas as coisas que desejo sentir quando
procuro um outro que encaixe. Meus olhos podem lançar fogo, mas podem ser gelados como grandes, poderosos, icebergs. você poderá escolher o que quer receber e quando
fizer sua esolha, assim será. Poderá também se encontrar dentro deles, eles sempre olham para onde devem olhar e sabem soltar faíscas e fazer hipnose, garanto. Perseguem
cada centímetro daquilo que desejam, sempre. As mãos em seguida tremem para agir, convulsão de desejo. Querem percorrer, toque de seda, querem segurar. Procurar como
se fossem pás, pelo segredo que se esconde; mistério. Nas minhas coxas existem caminhos a serem descobertos e elas se movimentam enquanto escutam de alguma forma, o
que está tocando. Os pelos lentamente se arrepiam um por um. Meu pescoço é picolé; doce, para matar a sede, mas facilmente se derrete. O corpo já tenso segue o rítmo, quer
também virar água e evaporar. Para dentro de uma zona de perigo confortável, onde o cobertor me cobrirá enquanto me entrego, imóvel como um homem morto a espera da
próxima vida.

domingo, 4 de abril de 2010

Eu quero ir embora sempre que tudo está bem. Você não vê que estou um caos? Quero cair e me quebrar. Já cobri todo o meu tempo, quero partir. Se você fode comigo, levo sua mente para bem longe daqui. Não estou qualificada para responder suas perguntas. Se o mundo pode esperar, porque não posso eu? Você não justifica o que faz. Mãos vazias na fila, você está a caminho. Não estou pedindo muito, só saia do meu caminho. Estou nos olhos da tempestade que vai cair hoje. Eu honrei seu pedido de silêncio. Qual parte da nossa história foi inventada na nossa cabeça que só sabe sonhar? Qual parte da nossa memória bebe demais para tentar esquecer? Não conte para os demais, guardaremos isso para nós dois. O fim vem quando o começo sai para beber whisky. Eu não consigo mais me importar com o que vai acontecer. Você se vira quando meus braços estão sucumbindo às sensações incontroláveis. Você aparece quando já estou acostumada e só quero rir. Eu não sei mais o que pensar sobre esta intensidade que conseguiu brincar ne gangorra do parquinho mais enferrujado da história. São páginas escritas de branco. É um paradoxo no qual eu não aguento mais me segurar. É uma noite que não sabe mais quando vai acabar...
Me deixa viver. Me deixa voar.