quarta-feira, 19 de maio de 2010

Cada relacionamento é um campo de batalha, até que você se aposenta da guerra. De cada final de guerra que você marcha para casa como um sobrevivente, você traz uma cicatriz e um troféu.

Eu lembro bem de todas as bombas, eu lembro bem de cada minuto de descanso. Eu lembro que antes eu sangrava, todos os dias eu sangrava, e o desejo de morte batia à porta todas as vezes que precisava dar adeus. Todas as vezes que precisava perder, sentia a decepção dos meus colegas de batalha, aqueles dentro da minha cabeça.

Quando consegui sair de dentro desse mundo, tentei tornar-me espectadora. Eu ainda olhava para as cicatrizes de vez em quando e o troféu não me significava muita coisa. Eu tinha perdido e estava reconstruindo sozinha, todos os cantos que ficaram devastados.

Quando pulei dentro de novo, não sangrava tão profundamente, tinha mais resistência. Mesmo assim haviam arranhões e a gritaria ás vezes me ensurdecia. Quando tudo estava bem eu sorria bem grande, e quando não estava, poderia haver sangue alheio. Eu achava que era louca, completamente maluca, enquanto arrancava os cabelos para tentar descobrir o porquê de todos os acontecimentos.

Eu só os descobri depois que essa guerra acabou...

Entrei de novo agora, mas vim de mãos limpas. Não trouxe bombas, armas ou facas. De todas as outras batalhas em que estive, tirei uma lição preciosa; quando te apontarem a arma, entregue uma flor.

Nessa guerra que não é de países e sim a guerra do amor, é a única maneira de vencer. Você descobre que o outro não é seu inimigo e sim sua rocha.

Parece simples, mas não é.

As cicatrizes ainda estão aqui, mas se tornaram parte do meu corpo. Agora vejo que me prepararam para algo maior que estava à caminho e posso dormir em paz.

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