segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sem título

Sinto que o vento é o mesmo e que talvez seja sua filha. Levada para lugares diferentes, minha alma gosta do caos e do desconhecido. Vejo uma mão aberta e uma fechada. Escolho a fechada pois não sei o que tem dentro. Sou eterna navegante, eterna descobridora. Sinto tudo na pele, agarro os momentos e tento nunca levar a vida muito a sério. Vida eterna camaleoa, com cabelos diferentes sempre, tentando sempre se redescobrir e se reinventar. Gosto da estrada, esperar e conseguir chegar, somente para partir de novo. Exploradora, compulsiva, paranóica. Não tenho muito medo, dou a cara para ser acariciada ou esbofetada. Tenho medo somente dos karmas, mas deixo a vida me levar. Nunca consigo estar somente parada. Gosto do tempo e da nostalgia, gosto do passado e amo o futuro. Todos os passados e todos os futuros. Descubro coisas com o tempo sempre, que precisa demorar um pouco para que eu ganhe experiência. Quero sempre mais do que tenho, do que tive, do que posso ainda ter. A linha do horizonte não existe, posso chegar em qualquer lugar. Tenho tudo que preciso quando realmente preciso e não gosto de sentir espaços vazios. Vejo flores, vejo sangue, vejo o mundo inteiro caminhar. O demônio sensual das tentações pega carona comigo de vez em quando e eventualmente se senta no banco da frente depois de muita vodka. É perigoso, pode virar desastre, mas acima de tudo, me deixa excitada. O prazer é o ingrediente primordial para qualquer movimento meu. Escrava da sensação; barriga estufada de gula, pele tensa de luxúria, cama grande de preguiça, olhos ardentes de ira, maquiagem indefectível de vaidade, malas prontas de orgulho, movimentos bruscos de inveja, mãos gatunas de avareza.
Não posso dizer que não estou vivendo. Sou feliz simplesmente porque acredito que tudo acontece invariavelmente quando e porque deve acontecer.

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